quarta-feira, 27 de maio de 2020

Quem vigia o vigilante?


No mundo atual, os estados têm como principal discurso a proteção do povo e a garantia de um bem estar comum. O estado, resumidamente, é o nosso vigilante e aquele que nos concede o mais alto grau de segurança - segundo eles. Entretanto, como que estabelecemos esse grau de vigilância? Como sabemos o limite entre vigilância e invasão? E mais, temos ao menos a opção de escolha?
Em tempos de pandemia, cujo o trabalho do estado ficou mais intenso, também nos levou a uma reflexão sobre tais trabalhos, sobre tal poder. O estado vem, simplesmente, impondo suas vontades e suas políticas sobre toda população; adota medidas de controle populacional, de abertura de estabelecimentos e de transportes. Muitas pessoas, ao se depararem com essas medidas, puderam, enfim, enxergar o estado muito além do que ele aparenta: um monopolista da força e da tomada de decisão.

Se essas pessoas, após enxergar esse fato, iniciarem um outro processo de reflexão mais profunda poderão entender que é exatamente isso que o estado sempre foi. Além disso, poderão enxergar que as ações impostas pelo estado - nas quais todos devem obedecer - não são éticas, mas sim são ditatoriais e injustas. E o pior disso tudo, isso já era esperado.

O que esperar de uma instituição em que todos os indivíduos se curvam, admitem dependência e entregam suas armas? Ora, eu não esperaria nada menos do que uma tirania. É muito fácil perceber a contradição do estado, pois ele jura combater tudo o que ele mesmo comete. Ele jura proteger a propriedade privada, porém ele mesmo a invade obrigando o pagamento de imposto.

Ao entregar suas armas para um grupo específico deter esse monopólio você fica venerável às vontades repugnantes desta instituição. Se ninguém possui armamento de defesa contra essas vontades repugnantes, então esta instituição não é mais um vigilante ou protetor, e sim um déspota; os que foram jurados de proteção não serão mais protegidos, mas sim escravos.

Eis o questionamento: quem vigia o vigilante? Se ele possui toda força e toda sabedoria? Se ele tem o controle de todas as armas? Simplesmente aquele que se rebelar contra suas vontades provavelmente será penalizado, preso ou morto - como alguém que descumpre uma lei ditatorial. Nesse momento, por exemplo, o estado mostra sua real face - que não é de vigilante- escancarando sua contradição de natureza. Aquele que seria o guardião da liberdade dos indivíduos está escancaradamente privando os homens a expressar suas vontades individuais.

Por isso o estado não é um vigilante, ele é um parasita tirânico e violento. Não devemos confiar nossas liberdades nas mãos de outros homens. A liberdade é algo inalienável e devemos sempre ser nossos protetores.

Se alguém argumentar que os homens são maus e, portanto, devemos ter um estados; eu diria que exatamente por isso não devemos tê-lo, pois homens maus com tais poderes nos levará à tirania. Se alguém argumentar que os homens são bons, então, portanto, o estado não é necessário; as pessoas irão espontaneamente buscar a resolução de problemas.